A profissão de corretor de imóveis, que já foi vista como um bico ou alternativa para quem estava desempregado, ganhou força com o boom do mercado imobiliário. Graduados de diversos cursos deixaram a profissão e passaram a investir na venda de imóveis. De janeiro a agosto, Minas Gerais recebeu 827 profissionais no ramo, aumento de 21,43% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com 2006, a alta é de 175,66%, segundo levantamento do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci-MG).
Jackson Romanelli/EM/D.A Press
Enfrentei preconceito na época. Os clientes chegavam e perguntavam sobre o corretor. Aí eu falava se servia a corretora
Vilma Roseira, corretora de imóveis
A profissão, que era predominantemente masculina, começa a atrair o público feminino. Em 1996, as mulheres representavam 8,3% do total de profissionais do estado. Hoje, somam 20,24%. Em algumas imobiliárias, elas são preferidas na hora da contratação. “Sempre opto por mulheres, com idade acima de 40 anos e certa independência financeira. Quando elas não são pressionadas a vender, os negócios fluem melhor”, afirma Luiz Antônio Rodrigues, diretor da Lar Imóveis. Quando a imobiliária foi aberta, há 28 anos, o quadro de profissionais era só de homens. “Há 10 anos comecei a inserir as mulheres no mercado e deu certo”, diz Rodrigues.
A comissão do corretor de imóveis gira em torno de 6% do valor de venda do bem e de 10% do preço de aluguel. “Estamos entregando cerca de 200 carteiras profissionais a cada dois meses. O mercado nunca esteve tão aquecido”, afirma Tavares. Mas, segundo ele, o perfil do profissional mudou. “O mercado não comporta mais o famoso mostrador de imóveis. É preciso ter conhecimento técnico de registro, escritura e impedimentos jurídicos. Além disso, é importante saber ouvir e traçar o perfil do cliente. As mulheres estão ganhando espaço na profissão por serem ricas em detalhes”, diz.
Vilma Roseira é corretora de imóveis há 20 anos. Quando começou na profissão, lembra, a maioria dos colegas era homem. “Enfrentei preconceito na época. Os clientes chegavam e perguntavam sobre o corretor. Aí eu falava se servia a corretora. A predominância ainda é de homem, mas o público feminino vem crescendo na profissão”, diz. Em sua experiência profissional, Vilma observou que a própria decisão de compra de imóveis costuma ser da mulher. “Ela decide em 90% dos casos. Até o homem solteiro costuma trazer a mãe, a namorada ou a irmã para opinar na hora de fechar. A mulher é mais detalhista e observa tudo, desde o apartamento até a segurança da redondeza”, afirma Vilma.
Geórgea Choucair - Jornal O Estado de Minas 09/09/2008
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